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Sobre os CONTOS DA ALMA, de ALMA WELT

(Release e/ou prefácio)

Eis que afinal, editados pela PALAVRAS & GESTOS, são lançados ao público os contos do fenômeno Alma Welt, a belíssima escritora gaúcha, auto-exilada nesta São Paulo, dos Jardins. Descoberta em Julho de 2001, pelo desenhista e poeta de cordel Guilherme de Faria, numa aventura anagramática que a "guria" transformou num fascinante conto esotérico ( que a editora promete publicar, dada a sua rara curiosidade), esse encontro providencial produziu primeiramente pequenas edições artezanais ilustradas pelo conhecido pintor e desenhista paulista, em folhetos, dentro de uma sofisticada caixinha, formando uma coleção de trinta livretos, que vão dos seus delicados e profundos hai-kais, a sonetos líricos e eróticos, de excepcional beleza.

Guilherme não deixa por menos o seu entusiasmo de descobridor, descrevendo-a, num prefácio, como "a última grande lírica do século XX". Ele costuma dizer, que "saiu na frente", publicando-a dessa forma engenhosa, próxima do cordel (como gênero editorial, claro). Entretanto esse artista, não sendo própriamente um editor, teve o desprendimento de apresentar a obra da autora gaúcha ao famoso psiquiatra e psicanalista Paulo Gaudêncio, que, encantado e até mesmo comovido (como nos confessou) recomendou-a à sua Editora Palavras & Gestos, que começa agora a publicá-la, principiando com estes primorosos "Contos da Alma", coletânea cheia de profundidade psicológica e com momentos de corajoso erotismo. Alma Welt revela-se neles, com o faz também em sua poesia, uma escritora confessional e uma "amorosa" de profunda base romântica, herdeira que é, pela sua formação cultural, do "romantismo alemão" de seus ancestrais.

Autora prolífica, Alma Welt, possui uma obra diversificada, que vai de um curioso livro de lendas de caráter gótico, e de profunda sabedoria popular, que ela denominou Lendas da Alma (a sair em breve, todo ilustrado pelo mesmo Guilherme de Faria, que nos últimos anos reciclou o seu conhecido traço, a serviço da obra de sua nova musa), a uma trilogia de novelas, que ela denominou "Trilogia Mítica", e ainda a um romance de extraordinário lirismo, que é ao mesmo tempo memorial, uma saga de família relatada em flash-backs, pela protagonista (ela mesma, Alma), a partir do presente dramático dessa família em crise, numa estância gaúcha em declínio.

Mas estamos nos adiantando nos futuros lançamentos. Fixemo-nos, pois, neste lançamento auspicioso, que inaugura a trajetória de uma escritora rara, fascinante, que "restaura', no dizer do seu prefaciador, "valores da beleza, e da inteligência sensível, na nossa "época de caos espiritual, senão de decadência".

Os Contos da Alma, nos prendem, desde o início, por sua fluência prazerosa, por um ligeiro suspense nunca decepcionado, dada a surpresa e originalidade dos finais, inusitados, profundamente artísticos.

É isso, creio, que nos surpreende agradavelmente nos contos de Alma Welt: a constatação de estarmos diante de obras de arte. E de uma autora, que reflete um profundo humanismo. Percebe-se, por exemplo, o seu amor pelo ser humano, inerente à uma aposta evidente da autora, na beleza de sua trágica condição, vista com compaixão, e não com complacência. Alma adota uma postura filosófica de crença lapidar no que ela chama de inocência fundamental do ser humano, de sua pureza e ingenuidade primordiais diante da vida e da morte, insurgindo-se, com uma interessante e generosa rebeldia, contra o conceito cruel do pecado original.( Vide por exemplo, o belíssimo monólogo da Alma, delirante, no conto O Duplo da Alma :

"... Ah! velho Carl (Jung). Não decifraste todos os enigmas. Ou não quiseste faze-lo, velho bruxo. Só para os iniciados, não é? Como decifrar o enigma das coincidências fatais? Eu não ousaria tentar. Acredito que isso acontece, de qualquer modo, no momento final, ironicamente, e entendemos tudo numa fração de segundo somente, antes da luz se apagar, e a escuridão e o esquecimento se instalarem para sempre. Alma, Alma, essa tua irmã quer fazer-te pensar, refletir. Ela talvez se interesse por ti. Quem sabe ela te ame. Ela veio de longe? Veio do Sul, também? Conhecerá o Pampa? Terá tido um Rôdo em sua infância, um Vati?

Ai! quero viver, quero morrer, não sei mais. Dói-me a beleza da vida, a dor da morte certa, o fim de tudo o que amo, e que é tanto, que a minha alma se alarga para abarcar. Vida, arte, amor, amores, alegria. Dança e festas. A ingenuidade persistente do humano. A pureza maior de alguns. A inocência de todos. Não acredito verdadeiramente no pecado original. O ser humano não teria esse poder, joguete que somos na mão do Poderoso. Como pecar, suprema rebelião só possível ao anjo mau? Não, Lúcifer, não és da raça dos humanos, embora tentes constantemente contaminá-los. Mas Deus sabe, Deus sabe da nossa inocência primordial. Não pode estar perdida. Não pode! "
.

A literatura de Alma Welt nada tem de artificial, e é realista na sua base. O seu encanto consiste no enfoque sensível das circunstâncias do cotidiano de uma vida de artista fiel sobretudo à sua arte, e à consciência do seu belo destino de jovem cumulada de dons. Uma pintora e poeta talentosa, que ao mesmo tempo, dá-se o luxo, se podemos dizer assim, de ser ainda uma belíssima mulher, que se orgulha saudavelmente disso, ama o amor e o sexo , entregando-se com prazer à vida, às experiências novas, e às suas paixões pelos eleitos do seu coração, mergulhando de cabeça nelas, e pagando o preço pelas indefectíveis perdas, sofrendo, sem jamais desistir de recomeçar, de tentar de novo.

É por isso que vemos nesta autora, uma grande amorosa, de estirpe a um tempo sáfica e florbeliana. Finalmente, devo citar um aspecto de sua personalidade literária e humana que me encanta: a extraordinária coragem, vinda toda ela da pureza (no seu grande sentido), com que Alma encara o sexo, sem rodeios, de maneira explícita, mas ao mesmo tempo sem nenhuma vulgaridade, pela beleza estética com que reveste a sua narrativa, natural, sem metáforas artificiais, qualidade que parece emanar de sua natureza de pintora.

A propósito, Alma, sabiamente, não permite que a fotografem, autorizando tão somente os retratos à óleo e em desenho, feitos pelo seu descobridor, Guilherme de Faria, conhecido pelas suas gravuras de mulheres, e que, entusiasmado, a elegeu como sua última e definitiva Musa. Reparem no seu retrato sobre a nota biográfica, feito por ele, e que nos mostra o perfil da autora no esplendor de sua beleza, captada pelo traço destro, com um estranho chapéu demodée, de viúva, que ela realmente é, segundo soubemos. Ela sabe que o público participará, assim, da formação da sua imagem física, não cristalizada numa foto, mas dinâmica na mente participante dos seus leitores. E para sempre jovem... Forever young !

Ou será Forever Jung?




  
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