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04.02.2005 | Novos projetos para o setor


O ator, bailarino e coreógrafo paulista Marcos Moraes chegou à coordenação de dança da Funarte em setembro passado, depois de um processo demorado que envolveu indicações de nomes por diferentes grupos e movimentos da área, sobretudo de Rio e São Paulo. Cabe a ele reestruturar uma área que desde o início do governo Lula estava dividindo atenções com todas as outras de artes cênicas.

Não é à toa que Moraes, instalado no Palácio Gustavo Capanema, no Centro, vive rodando o país. As reuniões têm como prioridade a criação da Câmara Setorial de Dança, que estará ligada ao futuro Sistema Nacional de Cultura e que será formada por 15 a 20 pessoas.

"Depende da classe fazer dessa ferramenta uma ferramenta realmente útil" - diz Moraes, respondendo diretamente às críticas à política federal para a dança do coreógrafo João Saldanha, publicadas no GLOBO, no início do mês. "Entendo as críticas mas o trabalho tem que ser feito por todos nós. Ainda estamos tentando passar para um outro momento na dança, no qual não vamos precisar fazer concessões e nem aceitar migalhas".

E para virar a mesa, Moraes revela as propostas da coordenação para 2005. Primeiro, um projeto de fomento nacional, cujo piloto será lançado em breve no Nordeste. Os premiados - cerca de 200 grupos no país - poderão receber verbas que vão de R$ 30 mil até R$ 100 mil ou R$ 150 mil (ainda a ser definido), para montagens ou consolidação de pesquisa. Haverá ainda mais caravanas para circulação nacional. Entre os projetos que dependem de acerto de verbas, há propostas de 60 oficinas de formação em todo o Brasil, um programa de apoio a encontros e festivais e uma bolsa de pesquisa de R$ 15 mil a R$ 20 mil anuais.


04.02.2005 | Dança para muitos
por:
Adriana Pavlova

Na entrada da galeria na divisa do Flamengo com o Largo do Machado, uma tímida placa avisa que ali existe um teatro. Da rua até o fim da galeria, lojas, a entrada de um condomínio, dois ou três salões de beleza e, enfim, o Teatro Cacilda Becker, palco destinado pela Funarte (Fundação Nacional de Arte, leia-se governo federal) a espetáculos de dança desde 1998. Apesar de quase escondido e com instalações que não são exatamente as ideais, o Cacilda continua oferecendo uma programação semanal de dança, de janeiro a dezembro, sem quase nenhuma interrupção. Não é o teatro ideal, mas, num momento em que bailarinos e coreógrafos penam para conseguir pautas nos teatros do município, trata-se de uma das raras opções na cidade.

— O Cacilda não tem uma infra-estrutura incrível mas é um teatro com dignidade — diz a coreógrafa Ana Vitória. — O que falta ali é divulgação, inclusive dentro do bairro porque a placa que tem na porta é praticamente invisível e nunca há sinais na rua do que está acontecendo lá dentro.

Teatro passará por reformas este ano

Hoje, o Cacilda Becker é o principal ponto de difusão da política da Funarte para dança, área que no fim do ano passado voltou a ter um coordenador, Marcos Moraes . É ele o primeiro a reconhecer as falhas do palco, adiantando que a intenção daqui para a frente é tentar movimentá-lo com novidades e algumas pautas mais pensadas, enquanto acontecem obras de reforma, já previstas para este ano. Promessas como um pequeno café na entrada hoje jogada às traças, novos banheiros (inclusive para deficientes físicos) - já que os atuais têm torneiras que pingam o tempo todo e de onde sai apenas um filete de água - camarins renovados e até a perspectiva de negociações para publicidade no metrô do Largo do Machado.

" É o teatro que a Funarte tem. É um palco importante, valioso, para a dança, o que não impede uma discussão para melhorá-lo" - afirma o novo coordenador. - É um teatro público que tem que atender ao público, aos artistas e ainda oferecer preços populares.

Quanto à ocupação do teatro em si, a idéia é já neste primeiro semestre (cuja programação está praticamente fechada) aproveitar as brechas dos espetáculos escolhidos via edital - e por uma comissão - para apresentar eventos mais elaborados. Entre os já confirmados por Moraes estão um em volta de uma figura mítica para a dança carioca, a uruguaia Graciela Figueroa, no fim de fevereiro. Já em março, acontecerá o Sampa no Cacilda, que apresentará companhias e criadores de São Paulo, entre eles Célia Gouvêa e a Cia. Repentista do Corpo. Em maio é a vez dos Solos Cariocas no Cacilda, reunindo gente daqui, e em junho acontecerá o Cacildadania, com trabalhos de projetos sociais de dança, e Provocações Contemporâneas, mostrando cruzamentos de linguagens artísticas.

" Estamos buscando espetáculos com diferencial, que não acontecem em outros lugares. No caso da Graciela, por exemplo, haverá uma mesa redonda aproveitando a estadia dela aqui' - diz Moraes, que já está garantindo verba extra para esses eventos, já que os vencedores do edital nunca recebem nada para a montagem de seus espetáculos ali. - O Cacilda tem potencial para ser um lugar de criação e de pesquisa, para propor provocações e reflexões. É a partir dessa idéia que vamos montar a programação do segundo semestre.

Ocupação garante mistura de danças

Até lá, o teatro será ocupado com uma boa mistura de danças. No início de janeiro, uma turma ligada aos mudras (gestos) indianos esteve por lá, num evento organizado pela Natya Cia. de Dança, com direito a coreografias, música e workshop. A partir do dia 20, uma dobradinha contemporânea com a Cia. Khoros e a Spoudaios. Na agenda ainda, o flamenco do Toca Madera, a Atma Cia. de Dança, a pesquisa indiana do Grupo Raga e a Cia. de Dança de Diadema. Companhias que reconhecem as dificuldades de infra-estrutura do Cacilda, mas que mesmo assim agradecem a chance de um palco no Rio. 

" Aqui tivemos a chance de ousar e até fazer um festival de cultura indiana. É muito melhor assim do que não ter lugar nenhum para nos apresentar " - diz Aline Civinelli, da Natya, cuja companhia, no ano passado, conseguiu se apresentar no Centro Coreográfico e só. - Há dificuldades aqui, sim, como a falta de aparelhagem de som, no entanto, é a melhor opção na Zona Sul para a dança.

A vizinhança da galeria também dá sua opinião sobre o Cacilda:

"O que falta mesmo é divulgação, cartazes com a programação, porque quem passa na rua muitas vezes não tem a mínima idéia do que acontece aqui dentro. É uma pena" - afirma Rose Maire de Souza, proprietária do Spa do Pé.

Se tudo correr como sonha Marcos Moraes, em breve Rose Maire não terá mais do que reclamar.

Publicado originalmente no Jornal OGlobo:
http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/segundocaderno/163901100.asp
http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/segundocaderno/163901100.asp


  
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